Em 12 de setembro de 2022 entrou em vigor a Lei Federal n.º 14.448/22, que instituiu o Agosto Lilás como mês de proteção à mulher, a fim de conscientizar a população pelo fim da violência contra a mulher.
A referida legislação lança sobre a União e os entes federados a obrigatoriedade de atuar neste período com campanhas que promovam conscientização e esclarecimentos sobre as diversas formas de violência sofridas pelas mulheres. Uma iniciativa louvável e que o SINPOL-TO faz questão de abraçar e se colocar como parte responsável pelas mudanças que tanto queremos e necessitamos como sociedade.
A sensibilidade sobre esta grave questão em nosso país transcende o opinar e deve se concentrar em fatos tangíveis e alarmantes quando temos um olhar mais cuidadoso sobre os números da violência contra a mulher no Brasil. Cresce a cada ano o número de agressões, ameaças e mortes de mulheres, especialmente dentro do convívio familiar.
Em nosso Tocantins, a quantidade de registros de violência doméstica aumenta a cada ano, seja em registro de ameaças ou agressões. Campanhas são realizadas, leis instituídas e até endurecidas, mas os números crescentes da violência contra as mulheres nos fazem assumir uma parcela desta honrosa responsabilidade na busca por conscientização da sociedade em que vivemos.
Um papel que deve ser abraçado por entidades classistas conscientes de seu compromisso social e nos esforços em multiplicar o número de pessoas que abracem causas como esta da violência contra as mulheres.
No Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 33,4% das mulheres com 16 anos ou mais sofreram violência física e/ou sexual por parte de parceiro íntimo ou de seu ex. Se ainda parece pouco, vou transformar isso em números e casas decimais... Tal dado significa dizer que cerca de 21.500.000 (vinte e um milhões e quinhentas mil) mulheres foram violentadas no local onde deveriam se sentir mais seguras, ou seja, no seu lar.
Sabe o que é ainda mais grave? Cerca de 45% das mulheres que sofreram esse tipo de violência em um episódio mais grave, simplesmente não fez nada. Isso mesmo! Quase metade das mulheres que foram vilipendiadas em seus lares se calaram e, provavelmente, com quase toda certeza, vivem ainda em um ciclo de violência cruel e desumano.
Ninguém merece viver em condições assim. “É cultural e os cambal”, mas desculpas que se amontoam ao longo dos anos não irão mudar a dura realidade dessas mulheres... Mulheres que são irmãs, filhas ou mães de alguém... E considerando que 1/3 das mulheres sofrem este tipo de humilhação e violência, é muito fácil que quem esteja lendo isso agora seja uma vítima dessa atrocidade ou tenha alguém que ama que sofre com esta dura realidade.
Não iremos mudar o mundo com este ato, mas além de cumprir nosso papel social, compreendemos como gestão que ser sindicato precisar ir além de nossos pleitos de classe, deve caminhar de mãos dadas com as necessidades da sociedade em que vivemos e o SINPOL-TO, consciente de seu papel, abraça esta causa.
Mas falando muito sério... Ainda mais sério do que nos parágrafos que antecedem este... Toda e qualquer ação que fizermos como gestão sindical, somente terá força e efeito se contar com o envolvimento de cada filiado que integra esta entidade, que não apenas existe para serví-los, mas que é a soma de cada um dos homens e mulheres que a compõem. Compõem e fazem parte não somente no que se refere ao nosso patrimônio material e tangível, mas no patrimônio intangível de nosso sindicato e de nossa categoria, que se consubstancia em seus valores, ideais, senso de dever, consciência social etc.
Estamos dando mais um passo neste sentido... É um processo, uma jornada... E como tudo que fazemos, sempre será feito pensando naquilo que representamos para todos e absolutamente “linkado” com a envergadura social e política que galgamos e em busca do local de destaque que merecemos ocupar como uma Entidade que reconhece sua importância para sua Categoria, seu Estado e sua Gente.
Ubiratan Rebello do Nascimento – Presidente do SINPOL-TO