Se pensa que a função desse profissional é somente digitar ou gravar o que as pessoas falam e arquivar, então você ainda não conhece de fato o que fazem os Escrivães de Polícia. Esse é o principal responsável pelo coração de uma delegacia, tendo em vista que, além de registrar as ocorrências e cuidar dos serviços cartorários, trabalha para manter a integridade das provas e formar os inquéritos policiais (as investigações), encaminha os pedidos de prisões e os casos ao Poder Judiciário, além de, auxiliar o Delegado no cumprimento das diligências durante o andamento dos procedimentos instaurados, entre outras funções.
Além disso, o Escrivão de Polícia também participa das operações, inclusive no Tocantins, a partir do momento em que eles se colocam à disposição ou quando convocados pelos Delegados, estão sempre incluídos em diversas investigações.
E o que fazer para ser um Escrivão de Polícia?
No Tocantins, este cargo é previsto na Lei nº 3.461, de 25 de abril de 2019 que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores da Polícia Civil do Estado do Tocantins. Para a investidura na função de Escrivão é necessário curso superior (em qualquer área) e a aprovação no curso técnico profissional e em todas as fases submetidas por concurso público. As atribuições do cargo são determinadas pela Lei 1.545, de 30 de dezembro de 2004.
Efetivo há 26 anos na Polícia Civil do Tocantins, José Francisco de Sousa atuou como Escrivão de Polícia em Arraias, Combinado, Paranã e hoje está lotado na Delegacia de Polícia Civil de Figueirópolis. Ao relembrar do momento em que escolheu a profissão, ele afirma que foi o que sempre quis para a sua vida. “Com certeza valeu à pena! Muito gratificante escolher a função de Policial Civil e foi a minha melhor escolha. Apesar de todos os problemas, desafios, lutas e dificuldades que a Instituição passa, ser Escrivão de Polícia me fez evoluir, pois mudou a minha vida e o meu nível social. Me orgulho muito em dizer que sou um Policial Civil, pois querendo ou não é uma profissão que impõe respeito à minha pessoa perante a sociedade”, afirma José Francisco.
Apesar da desvalorização que a profissão sofreu no decorrer dos anos, ele considera ainda que a PC/TO continua atuando de forma evidente e ativa. “A Polícia Civil, no Estado do Tocantins, é de grande importância no combate aos crimes, pois desenvolve os trabalhos com responsabilidade e transparência, apesar do descaso por parte dos governantes, não somente com os funcionários, bem como, com a instituição, tendo como alvo a desestruturação. Mesmo assim a Polícia Civil tem desenvolvido sua função dentro das possibilidades no intuito de atender os anseios da sociedade”, conclui.
Uma profissão que requer domínio lógico e gestão
Wellington Fernandes Barbosa ingressou em março deste ano como Escrivão de Polícia e desde então está atuando na Delegacia de Polícia Civil de Taguatinga. A adaptação na profissão está acontecendo como esperado, tendo em vista que o objetivo em atuar no cargo já era almejado desde a faculdade, logo, segundo ele, o período de maior motivação aconteceu entre a nomeação e posse.
Mesmo sendo empossado recentemente, Wellington já obteve grandes aprendizados. “O que mais admiro na profissão é a execução e a disciplina que o profissional tem que ter com relação aos desafios que precisam de domínio lógico e gestão. A experiência que quero levar é noção de responsabilidade e disciplina que a Polícia Civil nos ensina”, destaca.
A presidente do SINPOL-TO, Suzi Francisca, afirma que “O trabalho do Escrivão de Polícia possui suas particularidades, assim como os demais cargos, que são fundamentais para promover a justiça. No Tocantins, temos profissionais muito bem capacitados que exercem essa função e trabalham de forma unida para servir com excelência a população, esse é o papel da Polícia Civil, mesmo que dividida em cargos, a missão é a mesma: garantir segurança a todos”, finaliza a presidente.
Fotos: Arquivo pessoal
Texto: Ascom SINPOL-TO