Nada mais sugestivo que, na semana em que foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, ressaltar o papel da mulher na atividade policial. São Paulo foi a unidade da Federação pioneira na admissão da mulher no quadro da segurança pública foi na década de 1950 que surgiu a ideia de empregar mulheres em missões policiais no Brasil, visto que havia lacunas no exercício da atividade policial, entendendo que a presença da mulher em determinados casos seria mais adequada, a exemplo da prostituição, abuso sexual e a delinquência juvenil.
Em 1953, Hilda Macedo, assistente de criminologia da Escola de Polícia defende a igual competência de homens e mulheres no I Congresso de Medicina Legal e Criminologia. Em 1955, o então Governador Jânio Quadros, por meio do Decreto 24.548, instituiu na Guarda Municipal Civil de São Paulo, o Corpo de Policiamento Especial Feminino e, na mesma época, Hilda Macedo tornou-se a primeira Comandante do referido regimento, cuja missão era atuar nas ações que mais se ajustavam ao trabalho feminino, conforme as necessidades sociais da época: a proteção a mulher e aos jovens.
A Constituição Brasileira inicia o rol dos direitos e garantias fundamentais dispondo no artigo 5º, inciso I, que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos desta Constituição”, não só o conteúdo, mas quanto à forma, tal mandamento inaugura o reconhecimento social ao papel da mulher na formação do estado brasileiro. Mesmo não estabelecendo uma plenitude absoluta, mas certamente, representando uma inegável conquista no processo evolutivo de participação da mulher nas decisões e consequentemente no desenvolvimento da sociedade. Tal evolução irradiada nos mais diversos campos do trabalho público e privado, fez com que a mulher ocupasse espaço, disputando de igual posição com homens.
No campo da segurança pública não foi diferente, nas diversas corporações: Polícias Civis, Militares, Federais, Corpo de Bombeiros e Guardas Municipais a mulher está sempre presente. E essa presença tem sua particularidade, imprime uma marca própria, cuja utilidade ao serviço de segurança é essencial, seja pelo perfil, seja pela natureza detalhista, seja pela delicadeza, seja pela prestatividade, o jeito feminino de ser faz necessário à atividade de segurança pública.
Entretanto, é comum questionamentos acerca do quantitativo das mulheres nas corporações, movimentos se formam no sentido de estimular o ingresso nos quadros das forças de segurança, visando maior equilíbrio de gênero nos efetivos, contudo, não encaremos essa questão como mero teor de discriminação, observo que há outros fatores que influenciam, há que se pesar o interesse ou identidade no ingresso em determinado segmento profissional.
O trabalho Policial exige daqueles que o exercem concentração, dedicação, esforço, preparação física e mental, pra lidar com tensão, conflitos, perigo e adversidades, situações que independe do gênero sexual, o que inegavelmente a mulher que se propõe a desempenhar uma determinada tarefa, a faz com plena igualdade, em muitos casos até sobressai-se.
A Polícia Civil no Estado do Tocantins conta atualmente com 443 mulheres em seu quadro, distribuídas em todas as categorias, sendo 142 Escrivãs, 111 Agentes de Polícia, 61 Papiloscopistas, 48 Peritas Oficiais, 44 Agentes de Necrotomia e 37 Delegadas de Polícia. Teve como dirigente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (SINPOL-TO), 3 mulheres ao longo desses 30 anos da sua história, sendo a primeira a Policial Civil Nilcéia Martins Benvindo, a segunda Nadir Nunes Dias e a terceira e atual Presidente, Suzi Francisca. Ainda contam com a presença feminina vários sindicatos e associações que representam a categoria, entre eles, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Tocantins (SINDEPOL/TO), com a presidente Sarah Lilian, a Associação dos Policiais Civis do Estado do Tocantins (ASPOL-TO), com a presidente, Leyza Machado, a Associação dos Escrivães do Estado do Tocantins (AEPTO), com a presidente Vladya de Souza, entre outras.
Tais posições de representação revelam o respeito e o mérito construídos por essas mulheres junto aos seus pares e a corporação, cujo reconhecimento de suas lideranças estão nitidamente expressos. Como já dito nesse formulado, não há que se prender ao quantitativo de mulheres em relação aos homens em determinada atividade, nesse caso a Polícia Civil Tocantins, mas sim, na qualidade e envergadura das funções que desempenham, o que avalio muito positivo, pois as entidades representativas são a expressão máxima da confiança de uma corporação, refletem a essência dos representados, é a amostra positiva daqueles as integram e, hoje, a Polícia Civil do Estado do Tocantins, em um ato de evolução, indistintamente, homens e mulheres são brilhantemente representados por mulher.
Certamente, muito ainda está por conquistar, contudo, se considerarmos que os fatores necessários pra alcançar o sucesso requer garra, determinação, trabalho, inteligência, habilidade, firmeza, postura e foco, indubitavelmente as mulheres estão no caminho certo, pois tudo isso elas têm de sobra, além de elegância e beleza.
Parabéns Mulheres!